
Quando criança, minhas brincadeiras favoritas eram empinar pipa e brincar de polícia e ladrão. E com apenas um irmão mais velho, obviamente brincava de carrinho e chute a gol. Na verdade brincava mesmo de gol, porque como meu irmão era o dono da bola - afinal, bola é presente para meninos - o gol era a única coisa que me restava, se quisesse brincar.
Também era craque em pular corda, elástico e brincar de carrinho de rolimã. A única coisa que me recusava terminantemente era assistir "Jaspion", o que já era demais para mim!!! Mais velha, adorava jogar War ou Banco Imobiliário. Quanto às minhas bonecas?! Passaram a vida toda ilesas, com todos os braços e pernas, a roupa original, sem nenhum corte de cabelo nem riscos ou maquiagem, a tal ponto que, já adulta, acabei doando todas, no mais perfeito estado.
Demorei muito tempo para entender porque me sentia meio por fora, por não gostar de brincar de boneca, casinha ou cabeleireiro como as meninas em geral. Mas foi como adulta que vim a compreender que meu universo infantil foi tão maravilhosamente fora do padrão graças ao meu irmão mais velho. Por isso, tenho que confessar que fiquei muito feliz ao descobrir recentemente, na internet, uma grande novidade na área dos brinquedos: uma linha de brinquedos para meninas engenheiras.

Meninas gostam de rosa e meninos de azul, certo? Pode ser, mas não só. Meninas também podem gostar de construir e de inventar máquinas. E podem ter brinquedos legais e desejados também pelos meninos, o que permite que entrem em pé de igualdade no mundo da brincadeira.
A brilhante iniciativa foi de uma engenheira formada em Stanford que, disposta a usar a porta que abriu para fazer passar por ela outras meninas, criou uma linha de brinquedos chamada Goldie Blox, dedicada a futuras engenheiras e inventoras.
Tanto quanto o brinquedo, o vídeo de lançamento é genial e brinca com vários clichês femininos. Tão bom que se tornou um viral no ano passado, com mais de 8 milhões de visualizações na primeira semana, o que acabou trazendo a reboque consequências animadoras, como a discussão social sobre as opções que estamos dando às nossas meninas e a nova proposta de interação entre as crianças.
“Pensei em minha infância, com princesas e pôneis, e me perguntei por que kits de construção, matemática e ciência eram para garotos”, disse Debbie Sterling, fundadora e chefe-executiva da Goldie Blox, em entrevista. “Queríamos criar uma inversão cultural, fechar esse vão entre os gêneros e preencher algumas dessas vagas de emprego que crescem à velocidade da luz.”
Infelizmente, as mulheres ainda continuam pouco representadas como engenheiras em companhias de tecnologia, principalmente por causa do problema de formação, já que em pleno Século XXI, 89% das pessoas formadas em engenharia no mundo são homens. Um problema que, segundo dizem muitos analistas, começa na infância, quando professores e pais não encorajam as garotas a almejarem essa profissão.
O slogan escrito na camisa da protagonista do comercial é: “Mais do que só uma princesa”, uma frase que resume bem a proposta do filme, que é desconstruir estereótipos e incentivar as meninas a se tornarem engenheiras.
Uma linha de brinquedos que trata de dar opções às meninas e que dá mais valor ao cérebro que ao visual. Simplesmente maravilhoso, não é mesmo?!

E essa foto do concurso de fantasias Goldie Blox! Achei o máximo essa mulher aranha de pérolas!!!
Para ver o vídeo é só acessar o link:
E por falar em estereótipos...
Recentemente a Diretora do Facebook se uniu à Getty Images para desafiar estereótipos relativos à mulher e criar uma coleção de fotos mostrando a mulher executiva além do tailleur.
Quem não conhece aquelas fotos da mulher de negócios, de tailleur e óculos, carregando uma maleta? Ou a mãe, sorrindo enquanto coloca leite no prato de cereais das crianças na mesa do café da manhã? Tem também a mulher faz-tudo, segurando um laptop com uma mão e o bebê na outra.
Trata-se de fotos de bancos de imagens que ilustram famílias e mulheres que trabalham fora bem conhecidas por qualquer pessoa que vê um anúncio ou folheia uma revista, não é mesmo?
“Onipresença que é prejudicial e alimenta estereótipos ultrapassados”, diz Sheryl Sandberg, executiva do Facebook que se tornou uma defensora das mulheres que chegam a postos de liderança.
Para tentar solucionar o problema, a organização sem fins lucrativos de Sheryl LeanIn.org anunciou uma parceira com a Getty Images, um dos maiores bancos de imagens do mundo para oferecer uma coleção especial de fotos representando mulheres e famílias de maneira mais afirmativa.
Vejam as novas fotos da mulher executiva, que interessantes.

“Uma das maneiras mais rápidas de se conseguir que as pessoas pensem de modo diferente sobre alguma coisa é mudar o seu visual”, disse Cindy Gallop, que dirige a filial nos Estados Unidos da agência de publicidade Bartle Bogle Hegarty.

Para se pensar, não é mesmo?
P.S. Este post é uma singela homenagem a todas as amigas dos meus filhos, estudantes de engenharia. Todas super inteligentes, corajosas, determinadas, ma-ra-vi-lho-sas!!! Saibam que sou super fã de vocês.
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