Loucura e arte não caminham
necessariamente juntas, mas sem sombra de dúvidas, em determinadas
circunstâncias transtornos mentais podem abrir caminhos inusitados para a
criatividade. É justamente o caso da japonesa Yayoi Kusama, de 84 anos, considerada um dos maiores nomes da arte
contemporânea e também um ícone da moda.
Nascida em 1929, em Matsumoto-shi,
desde sempre Yayoi sofreu com alucinações, sendo diagnosticada esquizofrênica. Com
uma história de vida sofrida, cheia de altos e baixos, marcada por muita
rejeição, até mesmo da própria mãe que nunca aceitou o seu lado artístico e suas
diferenças, ela fez da arte sua rota de fuga da realidade e conseguiu com ela,
se comunicar com o mundo e mostrar às pessoas como é o mundo que ela enxerga.
Como
ela mesma diz: “Minha arte é expressão da minha vida, sobretudo da minha doença
mental, originária das alucinações que eu posso ver. Traduzo as alucinações e
imagens obsessivas que me atormentam em esculturas e pinturas.”
Conhecida
como “A Princesa das Bolinhas”, Yayoi transpõe para telas, roupas, vídeos,
esculturas e até para corpos nus as formas e cores psicodélicas que enxerga em seu
mundo. Seu trabalho funciona como uma forma de evitar o suicídio e mantê-la viva.
Até hoje, por vontade
própria, Yayoi vive em um Hospital Psiquiátrico, em Tóquio, onde está internada
desde 1977, e usa seu apartamento, que fica
há poucos minutos do Hospital, como ateliê para sua mente inquieta e sem
limites.
Yayoi
também realizou uma parceria com a Louis Vuitton. Uma ideia que
surgiu durante uma viagem da equipe de estilo da maison à Tóquio, quando Marc Jacobs se sentiu atraído pela energia
interminável da “rainha dos polka
dots”.
A coleção,
intitulada de “Infinitely Kusama“,
contou com roupas, bolsas, sapatos e outros acessórios com a icônica estampa.


Atualmente, Yayoi
figura como a terceira artista mulher que mais ganhou dinheiro com seu trabalho
(atrás apenas das americanas Joan Mitchell e Mary Cassatt), tendo faturado ao
longo da vida cerca de US$ 127,7 milhões.

Outro
destaque é a instalação “Cheia de brilho da vida”, em que as bolinhas aparecem
na forma de lâmpadas que se acendem e apagam em cores diferentes. E o público
também é chamado a participar da obsessão da artista, recebendo, logo na
entrada, uma cartela de adesivos, todos de bolas coloridas, para decorar outra
instalação, a “Sala da obliteração”, originalmente toda em branco. Também
poderá ser vista na exposição uma das suas mais celebradas séries, a “Infinity
net” (“Rede infinita”), realizada em 1950. E, ao final, 36 telas gigantescas
pintadas entre 2012 e 2013 mostram que a artista continua trabalhando com
afinco em seu ateliê, dentro da instituição psiquiátrica em que vive.

Simplesmente imperdível!!!
0 comentários
Postar um comentário